Copio aqui um conto que me foi enviado por minha amiga Crys (Arte no Quintal), professora Waldorf, que também é da turma das "bonequeiras"! Obrigada, Crys, pela preciosa contribuição !!
Conto de Absjoernson, adaptado por Hans Schreiber
Era uma vez um rei, que tinha tantos filhos quantos dedos nas mãos. Pois esse rei tinha dez filhos! Certo dia, chamou-os e disse-lhes:
-Darei a cada um de vocês um cavalo branco como a neve e um casaco e um chapéu com uma pluma. Saiam a cavalgar e procurem uma esposa. Mas tragam somente uma moça que saiba fiar, tecer e branquear uma camisa num só dia. Não quero outra como nora. Os dez filhos então vestiram seus casacos novos, puseram os chapéus com plumas na cabeça e saíram cavalgando. Todos foram procurar uma moça que soubesse fiar, tecer e branquear uma camisa num só dia. Pois outra o rei não queria como nora. Mas antes que começassem a procurar, disseram:
- O pequeno João terá que ficar em casa. Não precisamos dele, nem vamos ficar cuidando dele.
O pequeno João era o mais novo dos dez irmãos. Ele ficou muito triste por não poder ir junto. Desceu de seu cavalo, sentou-se na grama e olhou os outros partindo.
Estando assim sentado, viu chegar uma menina. Ela era tão grande quanto os talos do capim. Acercou-se de João e perguntou:
- Não quer vir procurar a boneca na grama¿ E João respondeu:
-Oh! Sim, com muito prazer! – e foi com ela.
Chegaram lá e a boneca estava sentada numa cadeirinha no meio da grama. Ela era muito bonita e disse:
_ Eu sou a boneca na grama. Aonde vai você, João¿
E João lhe contou então de seu pai, o rei, de seus irmãos, dos cavalos brancos como a neve, do casaco novo, do chapéu com pluma, e da moça, que deveria saber fiar, tecer e branquear uma camisa num só dia.
-Outra , meu pai não quer como nora. Se você souber fazer tudo isso e quiser casar comigo, nem seguirei procurando a moça. E a boneca na grama disse:
-Oh!Sim, eu quero. Logo começou a fiar, tecer e branquear e costurou uma camisa num só dia. Mas foi uma bem pequena, não era maior que: -assim!
João correu para casa com a camisa. Mas sentia-se um pouco envergonhado. A camisa realmente era tão pequenininha!
Mas o rei disse:
-Traga a mocinha para casa e case com ela!
João ficou muito contente. Cavalgou de volta até lá na grama e quis por a boneca na sela. Mas ela disse:
- Espere João, eu viajarei numa colher de prata, puxada por dois cavalinhos brancos. Os cavalinhos eram dois ratinhos brancos de rabinhos cor de rosa. Rapidamente estavam atrelados e foram puxando a boneca na grama. João cavalgava do outro lado do caminho, pois tinha medo que seu cavalo pudesse machucar sua pequena noiva.
Chegaram finalmente a um riacho. O cavalo espantou-se e derrubou a colher de prata, e a boneca na grama caiu na água.
João estava infeliz, não sabia o que fazer agora. Sua noiva então saiu da água e subiu a margem. Mas agora estava do tamanho de João e mais bonita que antes. Então João sentou-se na sua frente no cavalo e levou-a para casa. Os seus irmãos já haviam chegado. Cada um com sua noiva. Puxa, como eram feias! E briguentas! Discutiam e gritavam, batiam umas nas outras e faziam o maior barulhão. E nenhuma delas sabia fiar, tecer e branquear uma camisa num só dia. Nem uma camisa bem curtinha. O rei então gritou:
- Fora daqui todos vocês! – e fechou a porta atrás dos príncipes e suas noivas.
Somente João e a boneca na grama ficaram com o rei. Viveram por muitos e muitos anos e tiveram muitos e muitos filhos. A boneca na grama fez uma camisa para cada criança. Cada uma das camisas num só dia. Eram camisas bem pequenas. Não eram maiores que : - assim! Mas para as crianças eram do tamanho certinho!
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